terça-feira, 17 de março de 2009

Visão estratégica


"Até ao reinado de D. dinis portugal não possuía propriamente uma marinha de guerra. Para operações militares de grande envergadura que exigiam a cooperação de uma armada, como foram as conquistas de Lisboa, Silves e Alcácer do Sal, os primeiros reis recorreram ao concurso das frotas de cruzados que nas suas viagens para a Terra Santa vinham, por vezes, reabastecer-se e reponsar nos nossos portos.
Para defesa da navegação e das povoações ribeirinhas contra ataques dos corsários e piratas mouriscos recorriam aqueles reis ao expediente de, quando necessário, mandar armar a título temporário algumas galés que tinham em Lisboa.
Porém, com o rápido crescimento das actividades marítimas, que se acentua a partir do reinado de D. Dinis, tal solução deixou de servir. Resolveu então este rei criar uma armada com carácter permanente, inicialmente constituída por dez galés, para o que contratou o genovês Manuel Pessanha, ao qual concedeu, a par de outras mercês, o título de almirante. Para oficiais das ditas galés, tanto de mar como de guerra, vieram também para Portugal duas dezenas de genoveses que desempenharam idênticos cargos na marinha de Génova, ao tempo uma das mais afamadas do Mediterrâneo.
a partir de então, passa a andar no mar, sempre que as condições meteorológicas o permitem, uma esquadra de guarda-costa geralmente constituída por quatro naus e três galés."
in Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, Volume I, 1139-1521, Saturnino Monteiro. Livraria Sá da Costa Editora.

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